Minha Irmã, a Poesia Genuína

Minha Irmã, a Poesia Genuína.
(Uma Poesia Septuagenária)

Minha irmã, você é a pura poesia,
Negar isso seria uma heresia.
Você é o presente que recebi dos meus pais.
Já nasceu linda, inteligente e atrevida demais.

Infelizmente, em 1954 houve um revés nas nossas vidas.
Órfãos de mãe, éramos crianças e pré-adolescentes.
Fomos morar em países diferentes..
Nossos pequenos irmãos foram parar no orfanato.
Foi muito triste aceitar o fato.
Você foi morar em Antíoquia.
Na casa da nossa tia.
Eu fui parar em Veneza numa abadia.

Em 1960 nós nos reencontramos.
E de novo nós nos separamos.
Você casou e voltou para Antióquia.
Eu vim pro Brasil, aqui fixei minha moradia.

Ficamos muito tempo sem se ver e sem se falar.
As missivas eram o meio da gente se comunicar.

Ainda jovem, aos 42 anos, você ficou viúva.
Você foi uma mulher forte e não fugiu da luta.
Sozinha criou quatro filhas sem pedir ajuda.

Continua uma mulher de coragem e linda.
Inteligente, persistente e atrevida.
Uma mulher sábia e sagaz, disso ninguém duvida.

Somos duas pessoas septuagenárias.
Duas almas genuinamente visionárias.

Agora, graças à tecnologia.
Podemos se ver e conversar todo dia,
Estamos fisicamente muito distantes.
Pelos celulares a gente se conecta em instantes.
É o milagre de se ver e conversar é real.
A vontade de ficar toda vida nessa realidade virtual.
Minha Irmã, a sua presença na tela, me acalma.
Você é a poesia que está na minha alma.

Por
Aslan Minas Melikian
Niterói, 06/02/2022

 

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